terça-feira, 5 de março de 2019

Missões - Episódio 97: Paz

Em 8 de setembro de 2013...


Scott colhe cenouras em seu jardim em frente à casa de uma fazenda abandonada em Missions, na qual mora sua namorada Marilyn junto com ele. Marilyn começa a ajudá-lo na colheita. - Você teve uma longa noite caçando animais, não é? - pergunta Marilyn. - Sim, esse local tem poucos animais, o que é bem irônico, já que estamos em uma fazenda! - diz Scott. - Um porco, uma galinha e um coelho! É tudo isso que você conseguiu pegar? - pergunta Marilyn mais uma vez. - Sim, por isso temos que ser obrigados a comer mais verduras! Sinto saudade de quando eu poderia escolher o que comer antes da guerra, mas agora eu só posso caçar e mais nada! - diz Scott sorrindo. - Sim, essa é a nossa realidade aqui, mas pelo menos depois que a guerra começou eu te conheci! - diz Marilyn. Os dois se beijam. - É a única coisa boa que aconteceu depois que começou tudo isso! - diz Scott. - É um alívio e uma felicidade grande nós termos chegado aqui depois de tudo que passamos pra ter um lugar seguro! Eu perdi minha família, amigos, minha vida de escritora, mas chegamos aqui, sem ninguém pra tirar a nossa paz e estando juntos! - diz Marilyn. - Espero nunca mais sair daqui e continuar uma vida na tranquilidade! - diz Scott. - E não vamos! O nosso destino é esse, amor! Anos de dificuldade e conseguimos chegar a esse ponto! Eu pensei em uma coisa que podemos fazer! Eu vou te falar sobre isso com mais calma lá dentro! - afirma Marilyn segurando as mãos dele. - Aposto que é uma boa ideia, mas vou ver se é isso mesmo! - diz Scott rindo. Os dois sentam em um sofá da casa da fazenda. - Pode falar sobre o que quer fazer! - diz Scott. - Sabe, nós estamos aqui faz uns oito meses, até chegarmos nesse lugar nada foi fácil! Chegar aqui foi um alívio a até agora não tivemos um único problema nessa fazenda! Pra comemorar a nossa chegada e a paz que não conseguimos ter depois do início da guerra, imaginei termos um filho! - diz Marilyn. Scott sorri. - Bom, sinceramente, passamos por milhares de coisas juntos, eu não acho outra ideia melhor pra comemorarmos! - diz Scott. Marilyn fica animada e o abraça. - Você aceita isso? Eu estou muito animada, olhe, estou muito animada mesmo! Há muito tempo eu queria ter um filho e eu nunca tive a oportunidade de ter depois do caos que aconteceu! Estou muito feliz que você aceitou! - diz Marilyn. - Por que eu não aceitaria? Estamos juntos há tanto tempo e estamos há meses aqui! Eu já cheguei a pensar em ter um filho, mas sempre tive medo por causa do caos! Mas agora eu não preciso ter, eu tenho você, essa fazenda, essa casa e estamos vivendo na simplicidade! Eu aceito termos um filho sem pensar duas vezes, não há mais preocupação! - diz Scott. - Acho que já pode me considerar uma esposa e eu considerá-lo um marido! - diz ela. - Você tem razão, já era pra isso acontecer há muito tempo! - diz Scott sorrindo e acariciando-a em seu cabelo. - Eu concordo, mas isso não é nenhuma novidade! - diz Marilyn. - Isso é verdade! - diz Scott. Depois disso, os dois terminam de colher os legumes nas plantações. Os dois vão para o quarto da casa e dormem. Horas depois, eles escutam barulhos de animais fazendo escândalo e acordam. - O que é isso? - pergunta Marylin. - Não faço a menor ideia! - diz Scott. Os dois vão para a sala, Scott abre a janela e eles vêem que não são seus próprios bichos que estão fazendo o barulho. - Deve ser ser só alguns animais brigando mesmo, acho que não precisa se preocupar! - afirma Marylin. - Mas isso nunca aconteceu antes aqui! Nunca ouvimos barulhos de animais nesse local, só agora que teve isso! - diz Scott. - Os gritos estão ficando mais alto, parece que tem centenas de animais em uma guerra, isso está muito esquisito! - diz Marylin apavorada. - É melhor ficarmos quietos, isso não me parece ser normal! - afirma Scott.


Os dois se abaixam um pouco para tentarem vigiar às escondidas o ocorrido. Os barulhos continuam e eles ainda continuam não vendo um animal sequer, apesar do forte barulho. Os porcos e galinhas que estão na cerca deles ficam assustados e começam a gritar também. Após pouco tempo de vigia, dois touros aparecem correndo em direção à casa e eles logo se abaixam. Eles escutam a briga dos touros e um deles acaba batendo perto da porta da casa por um empurramento. Scott e Marylin ficam muito assustados e se abraçam. Os touros continuam brigando por alguns minutos, até que um deles corre do local e o outro também, fazendo a briga ficar longe da casa. Alguns animais, não só os de Scott, continuam fazendo escândalo. Logo depois os animais ficam calmos e param de se escandalizar. Scott logo olha para a janela pra ver se há algum animal perigoso no local. Minutos após a checagem começar, eles saem do lado da janela, sentam no sofá e ficam aliviados. - Eu não acredito que isso aconteceu! - diz Marylin. - Há tempos não levamos um susto assim, esse foi violento! Graças a Deus sobrevivemos, eu já estava imaginando algumas coisas! - diz Scott. - Que coisas? - pergunta ela. - Deixa pra lá, isso não importa agora, o fato é que estamos salvos e devemos ficar preparados pra situações desse tipo! Vamos deitar um pouco, ler um livro e se recuperar disso! - diz Scott. - Você tem razão, vamos! Depois disso nós precisamos nos acalmar! - diz ela. Eles vão para o quarto, se deitam e Marylin dorme. Scott não consegue dormir, se levanta da cama e procura algo pra ler em uma estante. Ele tira alguns livros do lugar para ver se há algo que lhe interessa. Ao fazer isso, ele encontra um jornal. O título da principal notícia do jornal é '' Litoral de Lendunytu é atacado por centenas de naves - a guerra nunca para ''. Scott rasga todo o jornal, amassa e joga no lixo, com raiva do que a guerra causou em sua vida. Ele se deita novamente, tenta dormir e consegue alguns minutos depois. Duas horas depois eles acordam, vão para a cozinha, se sentam na mesa e comem frango. - Scott, vai lá fora, mate um porco e dê-me pra eu cozinhá-lo pra comermos! - pede Marylin. - Sim, já vou! - diz Scott se levantando. Ele chega perto das cercas onde é colocado animais, e pro seu espanto, vê que nenhum deles está lá. Scott entra na casa. - Marylin, os animais desapareceram! - diz ele. - Você está brincando? - pergunta ela. - Claro que não, todos estão fora das cercas, me ajude a procurá-los! - pede Scott. - Você só pode estar de brincadeira, pare com isso! - diz Marylin. - Pare de duvidar e venha, é urgente! - alerta Scott. - Espero não cair em uma brincadeira sua! - diz ela. Os dois saem da casa e ela vê que Scott está certo. - Eu não acredito nisso, quem fez isso? - pergunta Marylin surpresa. - Certamente não foram os animais que fugiram, as cercas estão fechadas! - diz Scott. - Eu jurei que não teria problemas mais! - diz ela. - Eu vou pegar as armas e procurar quem fez isso! - diz Scott. - Eu vou junto! - afirma Marylin. - Não, você fica aqui me esperando até eu voltar com os bichos! - diz ele. - Mas é muito perigoso, eu posso andar armada contigo e te ajudar, você não conseguiria dar conta de vário homens sozinho! - diz Marylin. - Eu já disse, você tem que ficar aqui, caso eu não conseguir dar conta, nós podemos procurar outros bichos aqui perto! - diz Scott. - Qual é o problema de eu ir junto? - pergunta ela. - É perigoso pra você, não quero que se arrisque, você tem que ficar aqui segura, não se preocupe! - diz Scott. - E não é perigoso pra você também? Eu sei atirar muito bem e sou bom de luta assim como você! - afirma ela. - Mas você é mulher, é menos forte, menos rápida e menos resistente! - diz ele. - Por acaso você está com medo? Olhe, Scott, nós já passamos por tantas situações arriscadas e difíceis, não é agora que você quer que eu fique de fora em uma missão, né? - pergunta ela. - É justamente por causa disso, eu perdi tudo que eu tinha, não quero que isso se repita de novo! - afirma Scott. - Não precisa ficar com medo agora, eu sou experiente, você acha que eu não estou com medo também? Eu estou, mas em todas as vezes que conseguimos vencer, estávamos juntos! Estarmos juntos me dá coragem e tranquilidade, devemos ficar sempre juntos, é isso que nos dá força! - diz Marylin. - Desculpe, mas eu não estou confiante de você vir comigo! Fique, eu farei de tudo pra resolver bem isso! - diz Scott. - Acho que ficar por vários meses em paz nos deixou mal acostumados! Olhe, por favor, vamos resolver isso na tranquilidade e juntos, ficar com medo não vai adiantar de nada, apenas vai nos deixar mal! Pense nisso! - afirma Marylin. Scott fica em dúvida, calado e pensa se vai levá-la ou não. - Olhe, eu acho que você tem razão, você é forte e a união nos dá força! Meses sem problemas não podem nos enfraquecer, vamos! - diz Scott estando preocupado. - Quer saber de uma coisa? Você aceitando isso ou não, eu faria de qualquer jeito, porque eu sei que isso é para o bem de nós dois! - diz Marylin. - Eu sei, eu te conheço, amor! E concordo com você, eu fui fraco em mandar você ficar! - diz ele. - Você não foi fraco, só foi humano! Mas não é a melhor opção ficarmos separados se temos experiência em ficar juntos! - afirma Marylin. - Sim, agora vamos pegar as armas e procurar logo, precisamos achar os bichos antes do sol se pôr! - diz Scott. Marylin o beija. Claro, vamos! - diz ela.


Os dois ficam por um bom tempo procurando na floresta os animais desaparecidos e quem roubou-os. O sol começa a se pôr e eles ficam preocupados. - Andamos, andamos e nada! Acho melhor desistirmos e caçarmos outros bichos! - diz Scott. - Vamos procurar só mais um pouquinho, talvez possamos achar! - diz Marylin. - Esse pouquinho que você disse são quatro minutos? Já está quase ficando de noite e não é bom andar na floresta longe de casa no escuro! - diz Scott. - Tudo bem, é melhor deixarmos pra lá, mas os bichos não podem ficar mais lá fora, eles devem ficar dentro da casa pra que ninguém se intrometa e pegue! - diz Marylin. - Sim, e temos que ficar só dentro da casa a partir de agora! Temos que sair só se for pra colher e plantar comida! - diz Scott. - Exatamente, infelizmente não estamos sozinhos nessa área! - diz ela. - Parados! - diz um homem armado atrás de uma árvore. Scott e Marylin apontam suas armas para o homem. - Eu não estou sozinho! - diz o homem. Mais nove homens aparecem apontando armas pros dois. - Não se movam! - diz um dos deles. - Não queremos fazer mal a ninguém, vamos conversar! - diz Scott colocando a arma no bolso. - Deem as suas armas agora! - manda um deles. - Não precisa ser assim, nós só queremos falar o porquê de estarmos aqui! Por favor, vamos esclarecer as coisas! - pede Scott. - Já que quer isso, vocês terão que dar as armas, é assim ou vocês morrem! - diz um deles. - Farei isso se prometerem nos deixar em paz! - diz Scott. - Está prometido, agora deem as pistolas! - ordena o homem. Scott e Marylin entregam as armas pra ele. - Ok, agora digam porque estão aqui! - diz ele. - Nossos animais que estavam em uma cerca de nossa fazenda desapareceram, estamos rodeando essa floresta procurando quem roubou eles! Se foram vocês, por favor, devolvam, precisamos deles pra sobreviver! - diz Scott. - Interessante história! Fomos nós sim, mas saiba que também precisamos disso pra sobreviver! - diz o homem. - Eu entendo vocês, sei que a fome é muito ruim, mas aqueles bichos são pertencentes a nós dois! Não temos nada a ver com o problema de vocês, só queremos ficarmos solos e em paz! - afirma Scott. - Entendem uma coisa, vocês não possuem a posse de nada, vocês estão em um planeta em total zona de guerra, não há regras! - diz o homem. - Não é só porque o reino de Yuri está caído que a moral não existe mais, devemos continuar como sempre deveríamos ser! Por favor, vocês não nos incomodem que nós não incomodamos vocês também, combinado? - diz Scott. - Nada combinado! Rapazes, prendem-os e vamos pra casa! - diz o homem. - Claro, Joseph! - diz outro homem. - Vocês não podem fazer isso! Por favor, temos que ter um acordo, isso é sequestro, nos deixem em paz! Vamos fazer o seguinte, vocês não precisam devolver os animais, mas não nos prendem! - pede Scott. - O que pegamos não soltamos! Se continuar reclamando eu atiro nos dois na hora, combinado? Então tá, cale-se! - diz Joseph. Assim, eles prendem os braços de Scott e Marylin em correntes e caminham até a casa onde eles moram. Após alguns minutos, eles chegam de frente a casa. - Vocês vão ficar presos em um quarto inocupado que temos nessa casa, já que interferiram no nosso caminho! Vão receber todos os dias um pouco de água e comida, nada de muita quantidade que tire muito de mim e dos meus parceiros! - diz Joseph. - Você deveria deixar de ser egoísta e nos deixar em paz! Queremos apenas ter liberdade e ficar em paz, isso é abuso de poder! - diz Marylin. - Pra vocês caçarem animais que podem ser nossos? Sinto muito, mas acho que vocês estão vivendo em um mundo imaginário, ninguém faria mais isso! - afirma Joseph.


Todos entram na casa, que é cheia de homens, pertences antigos e que tem um calor bem elevado. Scott e Marylin são colocados acorrentados em um quarto sem luz, escuro, com poeira e objetos velhos. - Não façam escândalo e nem nos chamem por nada, nós sabemos quando devemos alimentar vocês ou não! - diz Joseph. - Vocês não sabem de nada sobre nós e são covardes! Covardes que nem ao menos respeitam a liberdade de alguém! - diz Scott. - Diga isso à sua namorada, porque não queremos ouvir nada de você! - diz Joseph. Ele sai do quarto e tranca eles, deixando Scott e Marylin na escuridão total. - Que imbecis! Que imbecis! Safados, idiotas, sem vergonhas! Eu pensei que não iria passar mais por uma situação dessa, e me vem esses caras babacas e bandidos prender um casal que só quer ficar em paz! A vontade era de dar um soco em cada um deles, mas lembrei que covardes usam vários homens pra fazer isso! Eu não acredito que isso aconteceu! - diz Scott enfurecido. - Não é hora mais de reclamar, já estamos aqui e não há o que pode ser feito! - diz Marylin. - Nós não temos direito nem de ter luz nesse quarto imundo cheio de poeira e quente! Nem de enxergar alguma droga nós podemos, muito menos um ar fresco pra tirar essa quentura mortal que tem aqui! Eles estão nos tratando como animais, é inacreditável o que esse mundo se tornou! - afirma Scott. - Apenas tem um lado bom nisso tudo! - diz Marylin. - Que droga de lado bom é esse? Ficar preso aqui acorrentado tem um lado bom? Me poupe! - diz Scott. - Nós estamos juntos, Scott! Seria muito pior pra você se eu não estivesse aqui! Seria muito pior pra mim também se eu não pudesse ter notícias de você! Já pensou se isso acontecesse? - diz e pergunta Marylin. - Você só está falando isso porque está presa aqui, mas se pudesse escolher, escolheria ficar lá fora e livre mesmo eu estando aqui! - diz Scott. - Não fale isso, é claro que eu prefiro estar com você! Acha que eu gostaria de ficar sozinha, preocupada e sem saber de onde você está ou o que aconteceu com você? - pergunta Marylin. - É, você tem razão mesmo! Seria pior, mas ainda assim está ruim! - diz ele. - Está muito ruim, mas tudo que passamos juntos conseguimos superar, é um bom caminho! - afirma Marylin. - Como assim é um bom caminho? - pergunta Scott. - Eles nos trataram e vão continuar nos tratando como animais! Então vamos tratá-los assim também! - diz ela. - Como? Xingando? - pergunta Scott. - Não, mas se for necessário, temos que tratar eles assim pra sairmos dessa situação! - diz Marylin. - Como assim? De onde podemos fugir daqui do jeito que estamos e onde estamos?! - pergunta Scott. - Nós demos um jeito, porque já estivemos em situações piores, essa situação não é impossível de reverter! - diz Marylin. - Já fugimos de situações piores porque você sempre teve ideias loucas, mas que deram certo! - diz Scott. - Sim, eu sempre tive ideias loucas e você tem razão! Mas temos que dar um jeito agora! - diz Marylin. - Você tem um plano? - pergunta ele. - Sim, vamos tentar tirar essas correntes de nós! Vamos batê-las no chão, na parede e em qualquer lugar aqui que dê pra quebrar elas! Assim como não escutamos nada de lá de fora, eles não escutam nada daqui de dentro! Vamos fazer isso então! - diz Marylin. - Eu não sei se isso vai dar certo, não temos nenhuma arma, isso é muito arriscado! - afirma ele. - Às vezes os riscos dão certo, eu não quero que fiquemos o resto das nossas vidas presos no escuro como animais! Temos que tomar uma providência, precisamos sair daqui! - diz Marylin. - Mas tem muitos homens nessa casa, se tentarmos fugir podemos morrer! Eu prefiro viver o resto da minha vida aqui do que ter minha vida acabada por uma tentativa fracassada e muito arriscada! - diz Scott.


- Então você quer desistir? - pergunta ela. - Eu não quero morrer, então sim! - diz ele. - Eu acho que deve ter um jeito, eu prefiro não desistir! Olhando para o que já passamos, acho que dá pra passarmos disso! - afirma Marylin. - Então só você acha, nunca estivermos em uma situação tão impossível de fugir! É melhor aceitarmos que perdemos e seguir em frente! - afirma Scott. - Então tá, já que pensa assim, pode ser! - diz ela. - Como assim pode ser? - pergunta ele. - Acho que devemos aceitar isso mesmo! - diz Marylin. - Ok então! - diz Scott. Horas após muita conversa, eles dormem. Após isso, Scott sonha que está perdido em uma floresta escura com apenas a lua iluminando o seu caminho. Um barulho de uma batida estranha surge e Scott tenta saber de onde vem esse barulho. Ele corre e tenta seguir o som, mas não consegue achar o lugar da origem dele e fica confuso de que lado está ele. Scott acorda e continua escutando o barulho. - Marylin, é você? - pergunta ele. - Já que você desistiu, eu não desisto! - afirma ela. - Eu não acho que esse destino é merecido pra nós, deixe essa ideia pra trás! - pede Scott. - Se o destino que eu quero pra nós dois fosse a morte, eu já estaria morta! Eu quero que nosso destino seja o melhor possível, por isso eu não aceito ficar presa o resto da minha vida aqui, mesmo eu estando com você! Já passamos por coisas difíceis demais pra esse ser o ponto final do nosso caminho, por isso chega de nos ajoelharmos, vamos nos levantar! - diz Marylin. Logo após isso, Marylin consegue quebrar a fechadura da sua corrente e se soltar. - Eu consegui tirar as minhas mãos desse troço, agora é a sua vez! - diz ela. - Isso tem que dar certo, porque se não der, tudo que nós passamos foi em vão! - diz Scott, batendo várias vezes a sua corrente no chão. - E ficarmos aqui também transforma tudo que enfrentamos em vão, porque merecemos muito mais que isso! Chega perto de mim aqui e bate nos objetos, é mais fácil! - orienta Marylin. Ele faz isso e bate com toda a sua força possível. - Cuidado pra não se machucar, tem objetos finos e duros aqui! - diz ela. - Ok! - diz ele. Scott quebra a fechadura da corrente após um bom tempo. - Consegui, ufa! Acho que devemos esperar alguém entrar aqui e aproveitarmos pra bater um objeto forte na pessoa pra começarmos a fuga! - diz Scott. - Eu ia falar isso, mas tudo bem, vamos fazer isso! - diz Marylin. - É melhor ficarmos a noite inteira vigiando essa porta e na hora que alguém entrar, já entramos em ação! - diz ele. Várias horas se passam e às oito horas da manhã, um homem armado entra no quarto. No mesmo momento os dois começam a bater sem parar duas portas de armário nele. Após oito batidas com ele não conseguindo se defender a tempo, ele desmaia. Scott pega a metralhadora do bolso dele e os dois andam devagar pelo corredor de quartos buscando outra saída e prestando atenção nos barulhos da casa. Um homem aparece na frente deles para saber o que aconteceu e Scott atira por cinco segundos nele, matando de uma vez. Andando mais um pouco, eles vêem uma janela no fim do corredor onde há um quarto. Outro homem aparece do outro lado do corredor com uma pistola em suas mãos. - Você está cercado, solte essa arma agora! - diz o homem. Scott não demora e atira na cabeça dele, matando sem demorar. Marylin logo abre a janela e começa a sair da casa. Scott vigia encostado na janela o corredor. Marylin sai da casa, porém cai da janela batendo a sua cabeça no chão. Scott joga a metralhadora para fora e entra na janela. Ele sai batendo a sua cabeça no chão também. Mesmo tendo dores fortes, os dois se levantam, Marylin pega a metralhadora e os dois correm desesperadamente do lugar.


Três homens saem da casa e tentam atirar em Scott, que está bem afastado do local. Scott também tenta atirar neles enquanto corre. Os três homens começam a correr atrás dele e de Marylin. - Nós vamos morrer, eu tenho certeza! - lamenta Scott enquanto corre no campo aberto. - Nunca tenha certeza, mas você pode estar certo! - afirma Marylin. - Estamos perto da floresta, é lá que nós vamos! - diz Scott. Após dois minutos de correria, Marylin leva um tiro nas costas e cai. Scott segue correndo, olha para trás e vê que Marylin está desmaiada com as costas sangrando na grama. Os homens chegam bastante perto de Marylin. Scott, vendo que há mais três deles além dos outros há pouca distância de Marylin, vê que não há um jeito de salvar ela. Ele entra na floresta e corre o máximo possível pra não morrer. Os homens deixam Marylin pra trás e também entram na floresta pra pegarem ele. Scott não para de correr e vendo um rio à sua frente, se joga nele e mergulha um pouco fundo pra ficar escondido. Os seis homens se separam pra procurá-lo. Um dos homens passam perto do rio, sem conseguir enxergar Scott debaixo d'água. Durante alguns minutos, Scott respira fora da água e mergulha. Depois de se cansar de nadar, Scott nada até a beira do rio e sobe para a grama. Ele se ajoelha e chora desesperadamente por Marylin levar um tiro e acredita que ela está morta. Scott se deita na grama e continua aos prantos. Após cinco horas de luto e tristeza, Scott se levanta da grama e decide se vingar do que fizeram com Marylin, tendo um gigante estado de ira. Ele pega a metralhadora e começa a caminhar até a casa. Chegando no mesmo local que Marylin levou o tiro e desmaiou, Scott vê que nenhum dos homens está presente lá, muito menos Marylin. Scott anda até a casa pra matar os homens, não pensando na consequência disso por estar louco com a sua perda e com extrema raiva. Ele abre a janela da casa e tenta entrar nela. - Você deve estar mais louco como nunca, não? - diz Joseph, ao lado de mais nove homens armados. Scott desce da janela,coloca a arma no chão e estende os braços. - Você acha que sozinho pode fazer alguma coisa contra uma dúzia de caras? - pergunta ele. Scott não responde. - Apesar de eu não gostar de ignorância, eu vou deixar pra lá dessa vez! Era bem melhor vocês terem pensado antes de fazer essa idiotice, porque sua parceira está morta! Você, como um animal, está sem defesa no momento e sem lugar pra onde ir! - diz Joseph. Scott volta a chorar, olha pra baixo e continua calado. - Faça o seguinte, suma de uma vez e não volte mais! Só não irei te matar porque acho que deve pagar por meus homens terem morrido por sua causa! Vai pagar vivendo como um animal nessa floresta imunda e suja comendo inseto! E se você voltar para a casa daquela fazenda, eu mando alguém te matar ou eu mesmo faço isso! E se eu te encontrar ou algum outro de meus homens também, você está morto! Já que eu te dei essa opção, saia daqui agora, seu miserável! - diz Joseph. Scott logo sai do local e volta para a floresta, catando e comendo o máximo de frutas que puder, tendo que ser obrigado a afastar-se do lugar.


Quatro meses depois, vivendo isolado em uma praia, sem frutas em árvores tendo que comer animais selvagens e esquentar água da chuva para beber, Scott vê encima de uma árvore um grupo de dezenas de pessoas caminhando pela praia. Scott logo desce da árvore e corre para falar com eles. - Olá, eu vivo aqui sozinho, de onde vocês vieram? - pergunta Scott. - Viemos da cidade de Kokuliva, somos sobreviventes de um pequeno bairro de lá e estamos procurando um lugar seguro pra ficar! Você tem alguma arma? - diz e pergunta um dos homens sobreviventes. - Não, podem verificar! - diz Scott. Um dos homens coloca as mãos em todo o corpo de Scott. - Ok, então pode se juntar a nós! Temos um carro inteiro de comida e água! Ele não tem gasolina e carregamos em cordas mesmo, fique à vontade para beber ou comer, mas você não pode consumir em uma quantidade acima de duas maçãs, bananas ou pacotes de biscoitos, pois temos mais de quarenta pessoas pra alimentar! E você não tem o direito de mais de um copo de água por dia, espero que aceite! - diz um dos homens. - Tudo bem, melhor do que nada, muito obrigado por isso! - agradece Scott. Ele começa a caminhar com a multidão. - Olá, qual o seu nome? - pergunta Cristiano. - Scott, e o seu? - pergunta ele. - Cristiano, prazer! - diz ele. - Olá, eu sou Gabriel, prazer! - cumprimenta ele a Scott. - Prazer, sou Scott! - diz ele. Patrick, Lucimar, Claudia e outras pessoas também cumprimentam-o. Horas depois, todos acham seis barcos abandonados na beira da água. - Atenção a todos! Há alguns quilômetros daqui tem uma ilha que eu conheço que possui frutas diversificadas em árvores, sem contar que a água da praia dela é cristalina! Podemos ir para lá com alguns desses barcos! - diz um dos homens. - Sim, vamos fazer isso, ótima ideia! - diz outro. Assim, todos empurram três barcos para uma parte mais profunda da água, entram neles e navegam a caminho da ilha.